quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Vida de Ambulante


Marília Gabriela Santos


Bem, vamos lá começar a colocar em poucas palavras porque pra saber só vivenciado a vida de um/a ambulante. Primeiro a vida não é fácil pra quem nasce em condições financeira muito vulnerável, segundo vivemos numa sociedade capitalista um sistema que esmaga a massa do proletariado e a explora. “Só vale que tem” você é aquilo que você consome.  Ou até mesmo você produz mais não tem Direito de consumir, mais ainda assim esse sistema facilita o acesso pra você consumir e alimentar o sistema capitalista. Terceiro vivemos num país que a EDUCAÇÃO não é prioridade e muitas/os que estão ali não tiveram escolham nem oportunidade de ter uma boa educação para ir à busca de um bom emprego. Em fim a VIDA DE AMBULANTE é consequência de uma má distribuição de renda. Pois vivemos num país rico ao contrario do que muitas pessoas pensam.  Não só ambulante é consequência da má distribuição de renda mais existem várias outras. Existem N Direitos na Constituição Federal mais pouco se vê o cumprimento dessas leis. Muitas das pessoas que estão ali em eventos como: show, jogo de futebol e outros. Muitos são mãe e pais de família alguns tem uma renda fixa, mas que não é o suficiente para completa o sustento e garantir o pão de cada dia. Então são mulheres, jovens, homens, idosos e até mesmo criança que daí já é outra problemática, pois alguns trabalham outros estão com os pais porque não tem com quem fiquem ou até mesmo pra ajudar de alguma forma, ex: Catando material reciclável (latinha é a maioria).  A maioria do trabalho desses ambulantes é em eventos de grande porte sendo assim muitos são à noite. Numa noite O/A ambulante ver um pouco de tudo, contudo é um trabalho arriscado. Os motivos são brigas com pessoas embriagadas ou pessoas embriagadas que querem de alguma forma trata mal ou agredir a pessoa que esta ali trabalhando. Se tem segurança? Sim. Também vai depender do tamanho do evento.  Outro problema que os/ as ambulante percebe é a fiscalização que muitas vezes não deixam os mesmo “trabalha” que política é garantida a essas pessoas?  O que os gestores dessa cidade pensam em relação ao AMBULANTE?

O mundo dos/as ambulantes não é um mundo imaginário, nem uma realidade inventada é a vida real. Não é planeta x, nem y, nem fazenda, nem novela, muito menos big bhother é a realidade NUA E CRUA. É a vida de pessoas que a mídia não mostra, são pessoas desconhecidas ou que a própria sociedade procura desconhecer essa realidade, prefere viver a Novela a dá importância à vida REAL. No mundo dos ambulantes não existem fantasia, mas a luta e garra de vender toda sua mercadoria em chegar em casa com o sentimento de dever comprido. É luta em meio à madrugada, a sol e chuva. Aos sons de buzinas e as luzes de faróis de carro e moto, sinal verde, amarelo e vermelho. Sinal que às vezes é chegada a hora de ir em bora, em meio a tudo isso a rizadas e muito humor a todo esse trabalho. O sorriso pode ser de dor escondido, de alegria de vender sua mercadoria, um sorriso de luta por condições melhores de vida. Não é uma vida indigna ou vergonhosa a vida de ambulante. Vergonhoso é um país que políticos não cumprem seu papel ao que lhe foi dado. Vergonhoso é um país que trabalhadores viram a noite pra poder sobreviver e ter seu pão de cada dia. Vergonhoso é um país que não valoriza a EDUCAÇÃO.

 
Palavras de uma ambulante: Mulher, negra e guerreira.

Cada show é uma surpresa, tenho anos nessa vida relata que sempre levava os filhos, lençol e até colchão para os mesmo.


Tinha uma mulher que gritou bem alto, agora alto mesmo tipo assim:

Cerveja, coca e água mais quando chegou na água o grito foi bem  maior, na hora eu rir. Mais fiz uma reflexão e comecei a entende o que Ela queria dizer, tipo tem água aqui comprem, parecia um grito de desespero. Sempre é um laboratório vivencia a vida dos/as ambulantes.

 

Texto baseado na vivencia com ambulantes.

Dedicado a todos/as ambulantes GUERREIROS E GUERREIRAS e

Especialmente a Maria de Fatima (Minha mãe), Joana Darc e Thelma.

 

 

Recife, 15 de Julho de 2012.

Meu cabelo, minha essência!

Não basta apenas ter um black! É preciso ter atitude, ousadia, criatividade e abusar do estilo. Não é fácil enfrenta essa ditadura da beleza, enfrenta uma sociedade que tem preconceito com os cabelos  afro. Posso falar que alguns estranharam, acharam feio, perguntaram o porquê ?
Porque cansei de fica submissa a ditadura da beleza, a hegemonia do cabelo liso, quimicamente tratados. Cansei de esconder minhas raizes, cansei de fica com o cabelo caíndo. Cansei de fica presa a uma beleza que não me pertece. Cansei de ser oprimida. A maioria aprovou, comentou e me deu força pra continuar. Não é fácil, porém quando está decidida é possível. Sua familia estranha, comenta ai fica mais difícil ainda, mas tomei pra mim essa estranhesa positiva.
 No começo que seu cabelo passa por um processo de transição, comparei com um animal quando está trocando de pele, foi assim que me sentir.
você entra em crise com você mesma, dar vontade de voltar atrás da decisão. Parece algo fútil, mas não é vivemos em um país que nega suas origens e que descrimina a mulher negra. Mas a cada de dia estou me descobrindo enquanto mulher negra, determinada e valoriza sua beleza, suas origens. Mudei principalmente por mim, pela minha autoestima. Se por um acaso resolver mudar novamente vai ser apenas por opção própria e não por opressão! Portanto estou tentando e percebendo a cada dia como é meu cabelo, estou curtindo muito.